Raparigas recorrem aos «Anabolizantes» para aumentar Coxas, Seios e Nádegas
Jovens do sexo feminino têm recorrido a várias clínicas e a uma residência no bairro Mártires de Kifangondo, em Luanda, para tomarem injecções que lhes permita acrescer partes do corpo, preferencialmente a coxa, seios e nádegas.
O PAÍS apurou que um dos supostos técnicos que administra drogas às meninas é um conhecido porteiro de uma discoteca em Luanda, que tem realizado o trabalho numa residência na rua 15 do bairro acima mencionado.
A fonte que denunciou a actividade a este jornal confessou que nunca tomou a referida injecção, mas amigas suas passaram pela mão do milagreiro. Segundo ela, algum tempo depois as companheiras apresentavam uma outra configuração.
“São muitas as jovens que recorrem à casa dele. Ele não é enfermeiro, mas faz o trabalho. Diz-se que é prejudicial, mas a verdade é que as partes do corpo como a perna e nádegas dilatam mesmo”, contou a fonte, acrescentando que “o valor que ele cobra é inferior ao que solicitam nos implante de silicone no exterior”.
O ‘enfermeiro’ realçou que não possuí uma clínica para realizar o trabalho, mas sim um “sítio”.
“Depois de aumentar a bunda, ele aconselha as mulheres a frequentarem os ginásios para conformarem o corpo.
Assegurou que é uma injecção normal que poderei apanhar”, contou a jovem, que se fez passar por interessada, minutos após o contacto.
A fonte acredita que os anabolizantes são originários dos Estados Unidos da América e do Brasil, desconhecendo embora o nome dos mesmos, mas o porteiro não aceitou fornecer mais elementos por telefone.
‘Rabole’, o Durabolin
Na manhã de quarta-feira, 4, O PAÍS deslocou-se ao mercado dos Kwanzas, no município do Cazenga, onde ainda proliferam os vendedores de medicamentos, apesar da interdição feita pela Polícia Económica. Nesta praça, apurámos junto dos vendedores que jovens de várias idades procuram um outro medicamento conhecido como “Rabole” para alterarem a forma natural das pernas, nádegas e seios.
Na verdade, ‘Rabole’ é o nome pejorativo que atribuíram ao Durabolin, um medicamento que existe, tanto em comprimidos, como sob a forma injectável e supositórios.
“Mas as senhoras compram mais o supositório, porque os resultados são rápidos”, garantiu um enfermeiro que encontrámos no mercado. Uma dose do famoso ‘Rabole’ é composta por três ampolas, que devem ser administradas em dias alternados: ‘dia sim, dia não’, segundo explicações do técnico de Saúde. “Já há muitas pessoas a fazer isso. O corpo vai desenvolver-se, mas ela vai comer muito. O corpo não permanece assim durante oito ou nove meses”, alertou o nosso interlocutor. O enfermeiro, que garantiu ter injectado o medicamento em algumas pacientes, alertou que para a manutenção do corpo as meninas devem tomar a dose em cada 10 meses. Algumas efectuam a revisão num período mais curto, de seis em seis meses.
O médico José Luís explicou que existem muitos anabolizantes no mercado, entre os quais a Nandrolona, que é um esteróide anabolizante presente em pequenas quantidades no organismo humano, geralmente comercializado como DucaDurabolin e, em menor grau, como Durabolin.
Segundo o médico, “as curvas extremamente definidas, desenhadas com o auxílio de doses e mais doses de esteróides e hormonas masculinas, podem ser tão nocivas quanto a magreza exagerada difundida nas passareles ou até mesmo a obesidade mórbida que fica escondida em casa. Mais uma vez os médicos alertam as mulheres que correm muitos riscos em nome da vaidade”.
José Luís disse também que o Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à Organização das Nações Unidas, divulgou um relatório sobre o uso abusivo de medicamentos, onde revela que a utilização de remédios controlados supera em número o consumo nocivo de heroína, ecstasy e cocaína.
“Ao lado das drogas para emagrecer e os analgésicos, os anabolizantes também foram citados como trampolim para o crescimento deste tipo”, revelou o nosso interlocutor.
Os anabolizantes usados de maneira errada e com fim exclusivamente estético também atacam o sistema reprodutivo da mulher: param de menstruar e podem ficar infertéis. No Brasil, por exemplo, os esteróides são a principal causa de morte na população feminina, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Fonte: O País
0 comentários:
Enviar um comentário